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Revista USP

Print version ISSN 0103-9989

Rev. USP  no.89 São Paulo Mar./May 2011

 

Editorial

 

 

A bem da verdade, ainda olhamos com ar de certa desconfiança quando ouvimos, vemos ou lemos que o status do Brasil, no concerto das nações, mudou. De país de Terceiro Mundo até recentemente, passamos a quase potência mundial, alinhados ao sonoro e emergente Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - a inclusão deste é recentíssima).

E isso não tem nada a ver com o chamado "complexo de vira-lata", que Nélson Rodrigues dizia ser a marca do brasileiro. Não, não. Tem a ver com o cotidiano. Tem a ver com a inflação - que teima em estar de volta -, com a falta de álcool e a alta da gasolina, com a absurda falta de planejamento de nossas cidades (está aí Nova Friburgo como exemplo, e grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, em que os temporais trazem inundações e lama para dentro dos bairros desprivilegiados).

E por falar em desprivilegiados, como encarar a situação da saúde e da educação em nosso país se o programa social de maior sucesso nos últimos oito anos foi justamente o Bolsa Família? A pergunta é: uma nação com esse tipo de problema pode ser considerada potência? A resposta é: sim. Pois ao lado de tudo isso, há inúmeros indicadores de que as coisas estão mudando num ritmo acelerado - e para melhor. Temos, por exemplo, o Pré-Sal e uma agri-cultura que já é a 3ª ou 4ª do mundo - ou seja, em termos de commodities, vamos bem. Há a projeção de que, em vinte anos, mais ou menos 60% da energia consumida aqui será gerada de fontes renováveis. Não é só, como o leitor verá nas cerca de 270 páginas que se seguem.

"Ciência, Tecnologia e Inovação" é o dossiê que o leitor tem nas mãos. Foi organizado por um expert no assunto, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp. Graças a ele e a colaboradores do mais alto nível, nosso primoroso e colossal volume traça um "mapa" insuspeito do Brasil - do que já é e do que poderá ser. Desejo a todos uma excelente leitura desse material imprescindível para situar o país dentro do mundo de hoje.

 

Francisco Costa